quarta-feira, 3 de junho de 2009

Saneamento em Cantanhede

A ONU lançou, em 2008, uma mensagem a todos os Governos do mundo a alertar que o acesso ao saneamento básico é uma questão de dignidade humana.
O Presidente do Instituto dos Resíduos português, Jaime Melo Baptista, reconhece, que em Portugal, há ainda muito para fazer porque apenas 77% da população portuguesa está servida por sistemas públicos de drenagem. Aquele responsável afirmou ainda que o objectivo nacional a atingir em 2010 é de 90%.
O Programa de Governo de José Sócrates aponta para a necessidade de “qualificar as nossas infra-estruturas ambientais e a respectiva gestão, de forma a alcançar níveis de atendimento próprios dos países desenvolvidos”. O Plano Estratégico de Abastecimento de Água e Saneamento para o período 2007-2013 (PEAASAR II) constitui a base estratégica para um novo impulso na melhoria da qualidade do ambiente em Portugal e da qualidade de vida dos portugueses.
E no concelho de Cantanhede? Ao lermos o documento da INOVA, empresa municipal responsável pelo sector de águas e saneamento básico, intitulado “Instrumentos de Gestão Previsional 2009”, aprovado pela Câmara Municipal, constatamos que o: “… saneamento de águas residuais domésticas com tratamento a nossa cobertura situa-se apenas em 45%” e que apenas “em 2013 o saneamento … atinja 90% dessa mesma população”.
E isto se nos anos 2009 e seguintes puderem contar com as necessárias verbas do QREN – Quadro de Referência Estratégica Nacional para “financiamento dos investimentos a realizar no sistema de águas residuais domésticas do concelho de Cantanhede, permitindo atingir a cobertura para que o PEAASAR aponta”.
Ao longo dos últimos anos a Câmara PSD e o seu braço armado INOVA esqueceram a sua função estatutária, dedicando-se ao acessório.
Em vez de saneamento básico ofereceram-nos muitos eventos. E nessa área até têm feito um bom trabalho.
É pois necessário mudar de actores.
É necessária uma nova política capaz de promover o desenvolvimento sustentado do nosso concelho, melhorando a qualidade de vida das sua gentes, através de uma aposta digna nas infra-estruturas de abastecimento de água e saneamento de águas residuais, construção das necessárias ETAR’s ou ligação aos sistemas multimunicipais (SIMRIA ou outros)
É preciso que alguém nos tire deste estágio de subdesenvolvimento e nos dê dignidade humana!