terça-feira, 31 de maio de 2011

Os passos do coelho (5)



Hoje o Diário de Notícias colocou aos cabeças de lista de Viana do Castelo a seguinte pergunta:

“Qual a sua prioridade para o país?”

Resposta do cabeça de lista do PS, Fernando Medina:
A prioridade é o crescimento económico.”

Resposta do cabeça de lista do PSD, Carlos Abreu Amorim:
Colocar fora do Governo Sócrates e seus acólitos.”

Uma diferença do tamanho do mundo.

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Os passos do coelho(4)


Pedro Passos Coelho (PPC) deu uma grande entrevista ao Expresso.
Vale a penas registar algumas respostas e meditar sobre a grande desgraça que se abateria sobre Portugal se este senhor ganhasse as eleições:

O PSD quer mudar o regime económico…

PPC afirma que o seu “governo tem uma oportunidade única, desde 1974, de mudar o regime económico em Portugal.” O jornalista pergunta: “Há bocado utilizou uma expressão muito forte — ‘a mudança do regime económico’”. PPC confirma: “A mudança de regime económico que defendo, em coerência precisaria de uma revisão constitucional.”

O PSD já não é social-democrata…

A social-democracia do PSD é hoje uma social-democracia actualizada para a sociedade que temos e não para a sociedade de há 30 anos, quando o PSD se inspirou nos modelos da social-democracia nórdica — Sá Carneiro em particular, tinha a visão de transformar Portugal numa espécie de Suécia do sul da Europa.” Perante esta afirmação de Passos Coelho, o Expresso conclui que “a tal social-democracia que o PSD ainda tem no nome” é “um resquício histórico.” Passos Coelho confirma: “É verdade.”

O PSD é mais troikista que a troika…

PPC diz: “De certa maneira, o PSD ganhou um aliado para a mudança que é preciso fazer, que foi o programa de ajustamento.” Para PPC as imposições dos credores estrangeiros aparecem como a oportunidade de romper com os laços sociais estabelecidos durante o regime democrático.

O auto-retrato …

Quando eu apareci dentro do PSD, diziam: este homem, que fez o curso tardiamente, que esteve na JSD até demasiado tarde, que andou pelas empresas de maneira protegida, pode até trazer a militância do PSD, mas nunca conquistará as elites.”

Com esta frase estou plenamente de acordo.

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Os passos do coelho (3)


Perguntava Passos Coelho, em Mirandela, à laia de revista de Parque Mayer:

Então diga lá, engenheiro José Sócrates, quem foi o feliz contemplado no concurso de um milhão de euros [e aqui Passos enganava-se de propósito e até pedia os óculos, para tornar a coisa mais engraçada - um galhofeiro, este rapaz].

Fácil, respondeu o governo:


Esta Universidade [Católica] faz este mesmo trabalho desde 1993 e o que está em causa é a contratação de cerca de 60 juristas para trabalharem em permanência para, entre outras coisas, instruírem 50 mil processos por mês de contra-ordenações do Código da Estrada”, sublinha o governante. Vasco Franco diz que no concurso deste ano até foi possível poupar 25% face aos anos anteriores, e assume que a ideia é mesmo recorrer a serviços externos, em vez de contratar juristas para a Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária.

O rapaz é um verdadeiro artista de circo...

terça-feira, 24 de maio de 2011

CANTANHEDE: Plenário de Militantes



http://defendercoimbra.blogspot.com/2011/05/cantanhede-plenario-de-militantes_23.html


No âmbito da pré-campanha eleitoral para as Eleições Legislativas marcadas para o próximo dia 5 de Junho, realizou-se no passado dia 20 de Maio, sexta-feira, um plenário de militantes em Cantanhede, promovido pela concelhia socialista local.
Nesta reunião, usaram da palavra: Pedro Dias (presidente da JS/Cantanhede), Pedro Carrana (dirigente concelhio), Jorge Martins (candidato a deputado), Dulce Santos (mandatária concelhia), as ministras Dulce Pássaro (Ambiente) e Ana Jorge (da Saúde e cabeça de lista por Coimbra) e o também candidato Mário Ruivo.
Dulce Pássaro enalteceu a competência e determinação de José Sócrates, desde o tempo em que este era Secretário de Estado do Ambiente, altura em que o conheceu. Como exemplo referiu o encerramento das lixeiras, projecto que muitos não acreditavam ser possível. “O PS tem feito a diferença em matéria de ambiente”, referindo o trabalho feito na “requalificação das praias”, incluindo as “passadeiras nas dunas para não as destruir”, antes “preservá-las”, afirmou a ministra do Ambiente. Disse que a aposta agora é nas “energias renováveis”, que ocupam já 43 por cento da energia gasta em Portugal. A terminar, referiu que a nossa costa litoral “é um grande activo” e que “hoje temos água de qualidade em praticamente todo o país”.
Ana Jorge começou a sua intervenção afirmando: “estou aqui como cabeça de lista e é com honra que o faço pela segunda vez”. Fez uma breve análise ao debate entre José Sócrates e Passos Coelho, em especial sobre o tema Serviço Nacional de Saúde (SNS). Sobre isso, afirmou que “o que defende o PSD é quem tem dinheiro terá um tratamento diferente”. Deixou clara a sua opinião: “A Saúde é da responsabilidade do Estado, paga por todos nós através dos impostos”. Fez uma análise do que tem sido feito na área de que é responsável, afirmando com algum orgulho de que “somos reconhecidos pelas boas práticas no estrangeiro”, o que não acontece por alguns no nosso país.
Entre outras pessoas, assistiram também a este debate os seguintes candidatos a deputados: João Portugal e Ana Gouveia
Por todos os intervenientes, foi referida a importância destas eleições legislativas e da mobilização de todos para a vitória do Partido Socialista.

CANTANHEDE: Plenário de Militantes

CANTANHEDE: Plenário de Militantes

CANTANHEDE: Plenário de Militantes

Dr.ª Ana Jorge - Ministra da Saúde

Eng.ª Dulce Pássaro - Ministra do Ambiente

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Declaração de José Sócrates

"Gostaria de anunciar aos portugueses que o Governo chegou hoje [terça-feira] a acordo com as delegações das instituições internacionais quanto ao programa de assistência financeira a Portugal.

O Governo conseguiu um bom acordo.
Este é um acordo que defende Portugal.
Naturalmente, não há programas de assistência financeira que não sejam exigentes e que não impliquem muito trabalho. Isso não existe.
Os tempos que vivemos continuam em implicar esforços e muito trabalho. Ninguém duvide.
Mas conhecendo outros programas de ajuda externa e depois de tantas notícias especulativas publicadas pela imprensa, o meu primeiro dever é tranquilizar os portugueses.

O acordo que o Governo conseguiu:

Não mexe no 13.º mês, nem no 14.º mês, nem os substitui por nenhum título de poupança;

Não mexe no 13.º mês, nem no 14.º mês dos reformados;

Não tem mais cortes nos salários da função pública;

Não prevê a redução do salário mínimo;

E, ao contrário do que ainda hoje diz um jornal, não corta nas pensões acima dos 600 euros - mas apenas nas pensões mais altas, acima dos 1 500 euros, como se fez este ano nos salários e como estava previsto no PEC.
Mais: está expressamente admitido o aumento das pensões mínimas, tal como o Governo sempre pretendeu.

Com este acordo o Governo garante também que:

Não terá de haver nenhuma revisão constitucional;

Não haverá despedimentos na função pública;

Não haverá despedimentos sem justa causa;

Não haverá privatização da Caixa Geral de Depósitos;

Mantém-se a tendencial gratuitidade do Serviço Nacional de Saúde;

Mantém-se a escola pública;

E não haverá privatização da segurança social, nem plafonamento das contribuições, nem alterações à idade legal de reforma, graças à reforma da Segurança Social que fizemos em 2007.

As instituições internacionais reconhecem, portanto, que a situação portuguesa está longe de ser como a de outros países e muito longe de ser como alguns internamente a pretenderam descrever.

Não posso entrar, ainda, em muitos detalhes sob o conteúdo do programa – segue-se ainda a consulta final aos partidos políticos - mas, em acordo com a Troika, posso adiantar cinco informações:

Primeiro: as medidas previstas são essencialmente as do PEC IV. É certo que nalguns casos com maior aprofundamento, com maior detalhe das medidas para 2012 e 2013, algumas – poucas – medidas novas e ainda uma série de procedimentos de análise e monitorização que são habituais neste tipo de programas.

Segundo: este é um programa para três anos que define metas para uma redução mais gradual do défice: 5,9% do PIB este ano, 4,5% em 2012 e 3% em 2013;

Terceiro: a fixação de uma meta orçamental de valor superior para este ano resulta, exclusivamente, das alterações no perímetro orçamental recentemente adoptadas pelas autoridades estatísticas e dos efeitos negativos que a rejeição do PEC, a crise política e o próprio pedido de ajuda externa terão no crescimento da nossa economia;

Quarto: não são necessárias mais medidas orçamentais para 2011. Repito: não são necessárias mais medidas orçamentais para 2011. São suficientes as medidas previstas no Orçamento e as anunciadas no âmbito do PEC IV;

Quinto: as medidas para o mercado de trabalho baseiam-se, essencialmente, no Acordo Tripartido que celebrámos em Março com os parceiros sociais, com alguns desenvolvimentos sobretudo em áreas já sinalizadas no próprio Acordo e sempre de modo a preservar integralmente o equilíbrio nas relações laborais.

Com este acordo, o País obtém pela segunda vez - agora em termos diferentes – o apoio e a confiança das instituições internacionais, e de novo com base, no essencial, no programa de orientações e medidas que o Governo apresentou em Março.

Segue-se, como referi, o procedimento de consulta dos partidos da oposição. O que certamente o País espera é que, desta vez, prevaleça o sentido das responsabilidades e do superior interesse nacional.

O Governo manteve ao longo deste processo os deveres de reserva e o sentido institucional que a situação impunha. Estabelecemos, para isso, um sistema de informação e acompanhamento com os partidos da oposição e o Senhor Presidente da República, a quem transmiti hoje mesmo os termos da proposta de acordo.

Quero prestar reconhecimento ao excelente trabalho desenvolvido nestas negociações pelo senhor Ministro de Estado e das Finanças e por todos os membros do Governo e técnicos portugueses envolvidos no processo.

Dirijo, finalmente, aos portugueses uma palavra de confiança.
Nenhuma Nação vence sem confiança em si própria.

Esse sentimento de confiança deve prevalecer sobre o negativismo e sobre o pessimismo, atitudes que só conduzem à descrença, à paralisia e à desistência do futuro.

Pela minha parte, o que tenho a dizer aos portugueses é isto: Nós vamos vencer esta crise!"

Afinal para que chumbaram o PEC IV e foram convocadas eleições antecipadas?